quinta-feira, 25 de julho de 2013

Prefeitura de BH vai monitorar patrimônio de seus servidores

TRANSPARÊNCIA


Nova Secretaria de Prevenção à Corrupção quer coibir enriquecimento ilícito dos agentes

Ferramentas
Mais rigidez para evitar irregularidades em sua equipe foi promessa de campanha de Marcio Lacerda no ano passado

A Secretaria Especial de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas passará a monitorar a evolução patrimonial de todos os agentes públicos da Prefeitura de Belo Horizonte. O objetivo é coibir a prática de enriquecimento ilícito. Nos próximos meses, o prefeito Marcio Lacerda (PSB) vai publicar um decreto para determinar que os servidores atualizem anualmente suas declarações de bens a serem submetidas à nova pasta, que foi criada em dezembro do ano passado e está em atividade desde março.
O programa é a primeira grande empreitada da secretaria e terá dois eixos principais de atuação: a transparência das informações do Executivo e a inteligência para inibir a prática de corrupção pelos servidores concursados ou comissionados, inclusive o prefeito e os secretários.
A prefeitura espera que as estratégias para inibir a corrupção estarão em execução ainda neste segundo semestre de 2013.

Para executar a primeira linha do trabalho, a secretaria irá aprimorar o portal da transparência e apresentar aos colaboradores do município a importância da ética na gestão pública. A secretária Maria Fernanda Moreira informa que seminários serão elaborados, principalmente, para aqueles que trabalham nas áreas mais sensíveis, como a de fiscalização, a financeira e a de auditoria.

“O trabalho de prevenção será feito para mostrar que o crime não compensa e que é preciso um comportamento condizente com a atividade pública”, explica.

Mira. A outra vertente terá como foco a inteligência. A Secretaria Especial de Prevenção da Corrupção está em vias de estabelecer convênios com a Receita Federal e com a Controladoria Geral da União (CGU) para facilitar o acompanhamento da evolução patrimonial dos agentes. Maria Fernanda relata ainda que a Empresa de Informática e Informação de Belo Horizonte (Prodabel) está desenvolvendo um sistema capaz de armazenar e cruzar as informações que permitam o monitoramento.

Outra fonte de dados será disponibilizada por meio das declarações de bens que os colaboradores deverão apresentar anualmente. Será essa a determinação do decreto a ser elaborado pelo prefeito Marcio Lacerda nos próximos meses.

“Vamos analisar os dados e ver se existe incompatibilidade de bens com o valor que os agentes da prefeitura recebem. Isso irá facilitar nosso trabalho e dificultar a vida daqueles que pensam em cometer alguma irregularidade”, analisa a secretária.
Avaliação periódica representa evolução no sistema municipal
Antes mesmo da criação da Secretaria Especial de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas, a Prefeitura de Belo Horizonte já contava com um sistema de controle institucional. Além da nova pasta, a Controladoria Geral do Município tem, associadas a ela, a Corregedoria, a Ouvidoria e a Auditoria.

Mesmo com a estrutura formada, a corregedora do município, Marina Esteves Lopes, defende a implantação da nova secretaria. A justificativa é que a pasta será “proativa” em relação às irregularidades. “A Secretaria de Prevenção da Corrupção tem uma função mais proativa, de antecipar o enriquecimento ilícito. Para isso acontecer, é necessário que exista um órgão com a atribuição específica”, explica.
Apesar do aceno do sindicato, Marina crê que a prefeitura não encontrará resistência por parte dos servidores para fazer o monitoramento.

Estrutura de controle da administração

* A criação da Secretaria de Prevenção da Corrupção e Informações Estratégicas foi uma das promessas de campanha eleitoral de Marcio Lacerda em 2012.

* A pasta custará R$ 640 mil por ano e conta com um secretário, nove assessores e quatro assistentes.

* Outro órgão de controle é a Corregedoria, que tem como atribuição tomar medidas correcionais e disciplinares em relação aos servidores que não estiverem cumprindo de maneira correta as obrigações previstas por sua função.

*A Auditoria Geral do Município tem a finalidade de supervisionar e avaliar o desempenho dos procedimentos realizados pela administração municipal que digam respeito à atividade financeira do Executivo.

* Já a Ouvidoria Geral do Município recebe as reclamações, as denúncias e os elogios dos cidadãos.



BH ganha leitos para transplante de medula óssea



HOSPITAL LUXEMBURGO

Unidade exclusiva deve atender cerca de 50 pacientes por ano, incluindo o SUS


Oito posições serão dedicadas exclusivamente ao procedimento
Oito posições serão dedicadas exclusivamente ao procedimento
O Hospital Luxemburgo, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, passa a contar, a partir de hoje, com uma unidade exclusiva de transplantes de medula óssea. O espaço, de 172 m², terá oito leitos dedicados ao procedimento e vai atender uma média de 50 pacientes por ano, incluindo usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), convênios e particulares. Na manhã de hoje, serão inaugurados quatro leitos, que já estão prontos para uso.

O transplante de medula óssea é um procedimento importante no tratamento de alguns tipos de câncer, como leucemias, linfomas e mieloma múltiplo.
Inicialmente, o hospital fará o chamado transplante autólogo, no qual são utilizadas células do próprio paciente. Mas a expectativa do Instituto Mário Penna, instituição de tratamento do câncer responsável pelo Hospital Luxemburgo, é oferecer, dentro de um ano, o transplante alogênico, que utiliza células de doadores compatíveis com os pacientes.
Dados da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) mostram que 83 transplantes de medula óssea foram realizados em todo o Estado no ano passado.
Demanda. Em Belo Horizonte, o procedimento é realizado apenas no Hospital das Clínicas, no Socor e na Santa Casa, e a oferta de leitos não é suficiente para atender a demanda pelo tratamento. A estimativa é que existam pelo menos 60 pacientes do SUS aguardando pelo transplante de medula óssea atualmente.
Mais de R$ 120 mil foram investidos na reforma e na adequação dos leitos pelo Instituto Mário Penna, que fornecerá também a infraestrutura de internação. Os transplantes de medula serão realizados em parceria com a clínica Hematológica, que fará a coleta das células que serão transplantadas.
Segundo o instituto, outros quatro leitos estão sendo reformados e adaptados com a instalação de equipamentos para também realizar o transplante.