segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Lei Seca tira seguro de carro em acidente


Legislação que proíbe dirigir embriagado dá provas para seguradora. Motorista pode ficar sem a carteira, ser multado e não ter direito a cobertura em caso de acidentes

Publicação: 18/02/2013 06:00 Atualização: 18/02/2013 07:41
O designer Marcelo Távora diz não acreditar que legislação vá limitar reajustes nos seguros  ( (Paulo Filgueiras/EM/D.A Press) 
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O designer Marcelo Távora diz não acreditar que legislação vá limitar reajustes nos seguros

Ao sair de um restaurante em Belo Horizonte, a contadora S. V. esbarrou seu carro em outro veículo, danificando o automóvel. A polícia foi chamada ao local e a consumidora aceitou se submeter ao exame de sangue exigido pela Lei Seca. Apesar de o teste clínico realizado pelo médico perito ter atestado que a motorista tinha sobriedade para dirigir, o resultado do exame de sangue apontou que a concentração de álcool no organismo estava acima do limite permitido pela lei. Com a prova de fogo positiva, a seguradora não pagou pelo conserto do automóvel e o prejuízo foi integralmente para a conta da consumidora.

Com o acirramento da Lei Seca, que não permite qualquer ingestão de bebida alcoólica, a exclusão de coberturas deve ser intensificada pelo mercado do seguros de automóveis. Como beber e dirigir é crime, o consumidor alcoolizado perde o direito em seu contrato. Antes, o complicado para as seguradoras era conseguir provas que relacionassem o álcool ao agravamento do risco de acidentes. Era comum o consumidor recorrer à Justiça e ter a cobertura garantida. “Agora, além do bafômetro e do exame de sangue, existe a prova testemunhal, em que o nexo causal entre a bebida e o acidente fica comprovado. Não há cobertura para aqueles que agravam o risco. A lei não permite a ingestão de qualquer teor alcoólico”, defende Neival Freitas, diretor-executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (Fenseg). 

Mas o debate não para por aí. A Proteste Associação de Consumidores reforça que as regras de exclusão devem estar claras e explícitas para o consumidor de seguros de automóveis. Fechando o cerco, a instituição considera ainda que a Lei Seca poderá criar espaço para frear o ritmo acelerado dos reajustes dos contratos, aliviando o peso da proteção no bolso do consumidor. 

A Proteste já pensa em levar a questão à Superintendência de Seguros Privados (Susep). “No momento, estamos avaliando a questão, estudando as estatísticas, e posteriormente podemos sugerir à Susep uma análise nesse sentido. Com a queda do número de acidentes e a redução do risco, não haveria motivos para os reajustes em progressão geométrica”, aponta Maria Inês Dolci, diretora institucional da associação. 

AUMENTOS O percentual de reajustes do setor é baseado na carteira de riscos da seguradora e supera a inflação, variando entre 10% e 15% ao ano, frente ao indicador oficial – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (PICA), medido pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) –, que no ano passado fechou em 5,84%. Entre janeiro e novembro do ano passado, os seguros de automóveis cresceram 16,2% frente ao mesmo período do ano anterior, atingindo o faturamento de R$ 22,3 bilhões. O movimento financeiro do setor de automóveis é o mais alto entre os seguros gerais.

Sem revelar percentuais, que podem variar de acordo com a região e até mesmo com o perfil do condutor, o diretor executivo da Fenseg diz que as duas maiores contribuições na formação do peso do seguro são os acidentes e o índice de furtos e roubos. Apesar de dizer que uma força o efeito positivo da outra, se a redução de acidentes for constada por um período seguido de pelo menos três meses, constatando uma tendência, os preços do seguro vão cair. 

Designer gráfico, Marcelo Távora desembolsa por ano cerca de R$ 1,2 mil pelo seguro de seu carro, ano 2009. “É bem caro. Por ano, pago cerca de 4% do valor do automóvel.” Ele não acredita que a Lei Seca vá refrescar o bolso do consumidor. “Os índices de acidentes estão caindo, mas ainda pontualmente. Existem também outros fatores, como a frequência com que o motorista utiliza o carro, que eleva muito o preço do seguro. Não acredito que as empresas vão reduzir os valores cobrados em função dos resultados da Lei Seca.” 

JUSTIÇA O vice-presidente da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor), Roberto Barbosa, não considera que a redução da violência no trânsito vai ter efeito no valor das apólices. “Não acredito em redução de preços, o máximo que pode ocorrer é uma estabilização.” Barbosa também considera que um dos efeitos imediatos da Lei Seca será uma enxurrada de ações na Justiça. Segundo ele, as seguradoras nunca pagaram coberturas no caso de embriaguez, mas havia dificuldade em provar o fato. “Mesmo a questão tendo se tornado mais simples agora, a prova testemunhal é frágil, passível de questionamentos. A questão terá de ser pacificada pelos tribunais superiores por meio de jurisprudências.” 

Especialista em direito do consumidor, Bruno Burgarelli diz que a negativa de cobertura no caso de embriaguez é legal desde que haja a cláusula no contrato. “Que deve estar expressa de forma bem clara e legível, nos termos do Código de Defesa do Consumidor (CDC).” Segundo o Procon Assembleia, entre as principais reclamações relacionadas às seguradoras está a negativa de cobertura, dúvidas sobre as cláusulas do contrato, além da demora no pagamento de danos e outras despesas.

O QUE DIZ O CÓDIGO 

Art. 31. A oferta e apresentação de produtos ou serviços devem assegurar informações corretas, claras, precisas, ostensivas e em língua portuguesa sobre suas características, qualidades, quantidade, composição, preço, garantia, prazos de validade e origem, entre outros dados, bem como sobre os riscos que apresentam à saúde e segurança dos consumidores.

Fonte: Código de Defesa do Consumidor (CDC)

Poluição no Rio São Francisco está acima do permitido


Relatório sobre qualidade da água do São Francisco indica concentração acima do permitido de poluentes em áreas industriais, violação apontada por especialistas como a mais grave no rio

Publicação: 18/02/2013 06:00 Atualização: 18/02/2013 07:20
Mateus Parreiras e Luiz Ribeiro
Trecho do rio tem alta concentração de cobre no Norte de Minas (Solon Queiroz/Esp. EM DA Pres)
Trecho do rio tem alta concentração de cobre no Norte de Minas
 (Leandro Couri/EM/D.A Press.)São Gonçalo do Abaeté, Três Marias e Januária – De um dia para o outro, a pescadora Maria Rosilene de Souza, de 40 anos, percebeu erupções em áreas sensíveis do corpo, como as axilas e a virilha. “Fiquei com a pele toda irritada e apareceram feridas. Depois, apareceram em outras pessoas que vivem na beira do Rio São Francisco”, conta. A mulher conseguiu se tratar do problema em Belo Horizonte graças à ajuda da associação dos pescadores de São Gonçalo do Abaeté, que aponta a poluição industrial como uma das responsáveis pela intoxicação de moradores e peixes na região. A avaliação de que a indústria contribui para piorar a qualidade da água é confirmada por especialistas e por relatório oficial sobre o mais importante rio de Minas.

Como mostrou ontem o Estado de Minas, a mais recente análise do Instituto Mineiro de Gestão Águas (Igam) apontou que oito (57%) dos 15 pontos de monitoramento do Rio São Francisco apresentavam níveis de agentes poluidores acima do tolerado pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Os poluentes considerados mais tóxicos foram encontrados justamente na área de 20 quilômetros em que atua diariamente a pescadora Maria Rosilene, entre a barragem do Lago de Três Marias e o município vizinho de São Gonçalo do Abaeté, na Região Central de Minas.

Há dois índices ruins apontados pelo relatório do Igam na região de Três Marias e São Gonçalo do Abaeté. Próximo à ponte da BR-040 sobre o Rio São Francisco foram detectadas violações dos níveis de coliformes fecais: estão 400% acima do limite estabelecido pelo Conama. Nesse caso, o Igam indica o lançamento de esgoto doméstico como vilão. Mas no trecho de monitoramento seguinte, na foz do Rio Abaeté, a 19 quilômetros da ponte, há vestígios de contaminação das águas pela indústria. Nesse ponto, o Igam registrou níveis de sulfetos 4.400% maiores do que o máximo permitido. Para se ter ideia, o Conama estima que o limite para esse tipo de substância seja de 0,002 miligrama por litro de água. No trecho que antecede a foz do Rio Abaeté, a concentração salta para 8,8 miligramas por litro.
 (Leandro Couri/EM/D.A Press.)Contaminação Sulfetos são combinações de enxofre com outros elementos químicos, em geral metais pesados, como chumbo e zinco. “Encontrar sulfetos na água é uma violação muito séria, a mais grave em todo o rio”, alerta o biólogo Rafael Resck, mestre em ecologia aquática, consultor em recuperação de ecossistemas e responsável por levantamentos no curso d’água para a Cemig. Embora tenha apontado o lançamento de esgoto doméstico como causa do alto índice de coliformes fecais perto de Três Marias, o Igam não especificou que fonte pode ser responsável pela contaminação por sulfetos. O biólogo Rafael Resck diz que a alta concentração é decorrente de atividade industrial.

“Sulfetos são indicadores diretos de poluição industrial. Efluentes de esgotos contêm sulfetos, mas em quantidade pequena. Para atingir um nível desses em um rio volumoso como o São Francisco, é indicador de uso industrial”, afirma Resck. Paulo dos Santos Pompeu, coordenador do Laboratório de Ecologia de Peixes da Universidade Federal de Lavras (Ufla), acrescenta que “sulfetos são usados de maneira associada a vários tipos de minério. Quando se remove o metal, o sulfeto é um dos resíduos dessa produção”.

Os dois especialistas alertam que a quantidade de sulfetos apontada pelo relatório do Igam é ameaça aos peixes e aos seres humanos. “Nessa concentração encontrada pelo Igam, os sulfetos chegam a matar peixes e a contaminar o homem”, afirma Rafael Resck. “Os sulfetos agem principalmente no potencial de hidrogênio (pH), tornando a água mais ácida e inóspita para a vida aquática”, emenda Paulo dos Santos Pompeu.

Cobre em alta
concentração


A alta concentração de sulfetos não é o único problema relacionado a atividades industriais apontado pelo mais recente relatório do Instituto Mineiro de Águas sobre a qualidade da água do Rio São Francisco. Na cidade de Januária, no Norte de Minas, onde é frequente o lançamento de esgotos domésticos na rede pluvial e em ligações clandestinas que atingem o Rio São Francisco, foram detectadas concentrações de cobre 31% superiores ao máximo permitido pela legislação. A violação é atribuída a atividades industriais. Segundo o biólogo Rafael Resck, é comum indústrias e curtumes aproveitarem para “camuflar” seus efluentes e lançá-los em meio aos dejetos sanitários. O cobre pode acarretar lesões ao fígado humano e é nocivo aos peixes, causando coagulação do muco das brânquias e matando os animais por asfixia.

Há também afluentes do Rio São Francisco em situação crítica. No Rio Borrachudo, que corta a cidade de Tiros, no Alto Paranaíba, a 365 quilômetros de Belo Horizonte, representantes do Instituto Estadual de Florestas (IEF) apontaram que a mineração e garimpos clandestinos contribuem, com lançamento de rejeitos, para a alta concentração de sulfetos. Segundo o o relatório do Igam, o índice na região está 900% acima do limite do Conama. Além disso, o instituto detectou também violações para fenois, da ordem de 33% acima do limite. Esse composto é um ácido que resulta de atividades siderúrgicas e industriais potencialmente tóxico ao homem, organismos aquáticos e micro-organismos. É considerado substância cancerígena.

Assalto em festa de aniversário


Sete homens armados invadem chácara e rendem convidados
Publicado no Super Notícia em 18/02/2013
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ALINE GONÇALVES
FOTO: JULIO TORRES/WIKIPÉDIA
Polícia Militar de Mirabela conseguiu prender quatro dos suspeitos e recuperar objetos
Pelo menos sete homens encapuzados, armados com revólveres e facas, invadiram uma festa de aniversário realizada em uma chácara, na zona rural do município de Mirabela, no Norte de Minas, e assaltaram todos os convidados que estavam no local, na noite de anteontem. Segundo a Polícia Militar (PM), era por volta das 22h, quando os suspeitos chegaram a pé à residência do aniversariante e rendendo todos os familiares e amigos dele.

Após fazer várias ameaças de morte, o grupo ordenou que as vítimas deitassem ao chão. De acordo com a PM, nesse momento, eles roubaram celulares, joias, roupas, calçados e até os sons dos carros que estavam estacionados na porta da chácara. Em seguida, os suspeitos trancaram as vítimas em um único cômodo e fugiram, a pé, por uma mata da região. Porém, um dos convidados conseguiu pedir ajuda para a polícia, que localizou e prendeu quatro assaltantes ainda nas redondezas do local do crime. Vários materiais roubados foram recuperados.

A PM informou que José Moisés Martins, de 30 anos, Douglas Daniel Pereira dos Reis, de 20, Joaquim Soares dos Reis Neto e Adenilson Ribeiro do Rosário - estes últimos não tiveram as idades divulgadas - foram encaminhados à Delegacia de Polícia Civil de Montes Claros, onde permaneciam detidos até a tarde de ontem. O resto do grupo já foi identificado.

Motorista bêbado tenta enganar a PM


Estudante de direito de 45 anos é flagrado dirigindo bêbado em BH, mas diz que quem conduzia o veículo era o segurança dele
Publicado no Super Notícia em 18/02/2013
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VINÍCIUS D´OLIVEIRA
fOTO: FOTOS JOÃO MIRANDA
Motorista contou para a polícia que seguia de Brasília para o Rio de Janeiro, mas que iria à casa de uma tia em BH
Um estudante de direito, de 45 anos, foi preso, ontem, depois de ser flagrado dirigindo embriagado, na área central de Belo Horizonte, tentar enganar os policiais trocando de lugar com um passageiro do veículo e supostamente tentar intimidar à Polícia Militar (PM), dizendo que era servidor federal. Segundo a PM, André Luiz Falcão Habibe estava em um carro importado, com placa de Brasília, acompanhado de um segurança particular, e afirmou que seguia viagem para o Rio de Janeiro e estava de passagem pela capital mineira.

Segundo a PM, Habibe estava ao volante de um Mercedes-Benz e fazia ziguezague próximo ao cruzamento da avenida Amazonas com a rua Santa Catarina, no centro. A cena chamou a atenção de militares do Batalhão de Trânsito, que acompanharam o veículo e viram o momento em que o motorista parou e trocou de lugar com o passageiro do carro, o segurança Adílson Wendling Filho, de 50 anos.

Logo após o veículo arrancar novamente, os policiais deram ordem para que o funcionário do estudante de direito estacionasse e, na abordagem, confirmaram a embriaguez de Habibe, que já estava no banco do passageiro.

Os dois homens contaram que moram em Brasília e saíram do distrito federal, na noite passada, e que o segurança particular dirigiu o carro na estrada durante a viagem, porém, o estudante, mesmo tendo ingerido bebida alcoólica, havia assumido a direção do veículo temporariamente para chegar até a casa de uma tia dele, que mora em Belo Horizonte.

"Os dois aceitaram fazer o teste do bafômetro. O do funcionário deu negativo para a ingestão de álcool, enquanto que o teste de André Luiz apontou 1,31 mg de álcool por litro de ar expelido (mg/l), muito acima do mínimo previsto para a indicação de crime de trânsito", informou a delegada de plantão do Departamento de Trânsito de Minas Gerais (Detran-MG), Rosângela Tulher. A policial informou que o motorista assumiu que bebeu uísque, mas alegou que pretendia dirigir por apenas um quarteirão.

Intimidação

A Polícia Civil informou que, no momento da abordagem, Habibe teria dito que era funcionário do Senado Federal. "Essa informação foi repassada para nós, mas na delegacia ele negou o fato e afirmou que não fez uso dessa estratégia para evitar ou impedir a atuação da polícia", contou a delegada Rosângela Tulher.

O estudante foi autuado por embriaguez ao volante e teve o carro e a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) recolhidos. Ele pode ser proibido de dirigir por um ano.
Família influente
Na delegacia, o segurança particular de André Luiz Falcão Habibe, Adílson Filho, pediu para não ser fotografado e declarou que a exposição das imagens não era "interessante" porque a família do motorista flagrado por embriaguez ao volante é uma das mais tradicionais de Brasília e com muita influência no governo federal. O funcionário disse também que, além de estudante de direito, Habibe é empresário, e que eles iam para o Rio de Janeiro a passeio, quando saíram da rota para visitar uma tia do patrão.

Filho garantiu ainda que eles não trocaram de lugar dentro do carro para tentar enganar a Polícia Militar, mas, sim, para confundir a ação de sequestradores. Segundo a Polícia Civil, durante o depoimento, Habibe confirmou que é primo do ex-deputado federal e ex-ministro da Justiça nos governos de Juscelino Kubitschek e Ernesto Geisel, Armando Falcão, falecido em fevereiro de 2010.

Ficha suja

A Polícia Civil informou também que o estudante já responde a outros dois processos criminais: um por estelionato e outro por furto. Conforme a delegada Rosângela Tulher, os crimes teriam sido denunciados em 1998, mas ainda tramitam na Justiça e, até o momento, não houve condenação. (VDO)

Crises de hipoglicemia podem provocar acidentes


Comprometimento da visão e espasmos nos pés são alguns sintomas que podem ser perigosos em quem está dirigindo
Publicado no Super Notícia em 18/02/2013
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FOTO: FABIO RODRIGUES-POZZEBOM/ABR/DIVULGAÇÃO
Estudo mostrou que 60% dos diabéticos não testam o nível de açúcar no sangue ao volante
Acessos repentinos de baixa de açúcar do sangue, ou hipoglicemia - problema enfrentado com frequência por quem sofre de diabetes, especialmente a tipo 1 -, podem levar a confusão mental, reações retardadas, visão borrada ou perda de consciência. Mesmo sem ocorrer uma queda no nível de açúcar, diabéticos podem ter comprometimento da visão ou espasmos nervosos nos pés. Todas essas condições podem ser muito perigosas se ocorrerem quando a pessoa estiver dirigindo.

O cinegrafista Dan Fried, 47, é portador de diabetes tipo 1 e passou por um episódio preocupante. Dirigindo a caminho de um almoço com seu irmão, ele teve uma crise de hipoglicemia e ficou desorientado. Ele conduziu sua van até o acostamento, onde guardas da polícia rodoviária - que haviam recebido uma denúncia sobre um motorista que dirigia perigosamente - o encontraram tombado sobre o volante, quase inconsciente.

Acreditando que Fried estivesse alcoolizado ou drogado e resistindo à abordagem, os guardas o algemaram. Eles ignoraram, em seu pulso, um bracelete que informava sua condição de diabético. "Fiquei muito chateado com a coisa toda", afirmou ele, que entrou com um processo contra os policiais.

Estudo

A hipoglicemia é responsável, em parte, pelo fato de os diabéticos serem de 12% a 19% mais propensos do que outros motoristas a sofrer um acidente de carro. Um estudo realizado com 220 portadores de diabetes medicados com insulina descobriu que cerca de 60% deles nunca testavam seus níveis de açúcar no sangue antes de dirigir. A maioria dos participantes do estudo afirmou que pararia se sentisse algum dos sinais da hipoglicemia. Porém, os sintomas mais brandos - como visão borrada, sudorese, fadiga ou irritabilidade - podem ser mais difíceis de ser reconhecidos, de acordo com o diretor de endocrinologia do Hospital de Nova York, Daniel Lorber. "Se a glicose cair ainda mais, o paciente começa a ter questões graves de raciocínio e julgamento, e é isso que mais nos preocupa. A pessoa pode desmaiar ou ter uma convulsão", afirma.

O conhecimento sobre esse problema é incrivelmente baixo. Em um estudo de 2003 que entrevistou pessoas com diabetes em sete cidades dos Estados Unidos e em quatro da Europa, descobriu que metade dos diabéticos do tipo 1 e 33% do tipo 2 relataram que seus médicos nunca haviam mencionado os perigos de hipoglicemia e direção.

Responsáveis

Os motoristas com risco de hipoglicemia têm a responsabilidade de se certificarem de que seus níveis de glicose no sangue não estão muito baixos antes de pegarem no volante, de acordo com o médico da Clínica Cleveland, Ned Kennedy. Ele aconselha os motoristas com pouco açúcar no sangue a comerem algo doce, esperarem 15 minutos e, então, fazerem a medição. "Tomar essa precaução pode evitar problemas", analisa.
Outros remédios são alternativas melhores que insulina
Enquanto a maior parte dos acidentes relacionados às complicações do diabetes acontece com pessoas com o tipo 1 da doença, que precisam tomar insulina, as pessoas com o tipo 2 também estão sob risco.

Uma análise de uma seguradora norte-americana, publicada em novembro do ano passado, focou portadores de diabetes tipo 2 medicados com outras substâncias que não a insulina.

O documento descobriu que motoristas com menos de 65 anos que já haviam sido tratados para hipoglicemia tinham 40% mais chances de sofrer um acidente de carro do que aqueles que nunca haviam tido um tratamento desse tipo. "Até agora, a maioria das pessoas presumiu que os acidentes de carro ligados ao diabetes eram causados pela terapia com insulina. Elas não pensaram que as pessoas em outros tipos de terapias também pudessem causar acidentes devido à hipoglicemia", constata o autor do estudo, Brian Frier, pesquisador da Universidade de Edimburgo.

O especialista notou que uma classe de drogas de tratamento para o diabetes chamadas "sulfonilureias", que estimula o pâncreas a liberar insulina, pode ser especialmente propensa a acionar a baixa da glicose no sangue. Isso acontece, em particular, com as sulfonilureias de longa duração, como a gliburida. Ele afirma que drogas dessa mesma classe, mas de duração mais curta – incluindo a glipizida e a glicazida – podem ser mais seguras para motoristas com diabetes.

Outro crime contra a PM



Publicado no Super Notícia em 18/02/2013
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FOTO: REPRODUÇÃO/G1
Vídeo mostra a transferência de criminosos no Estado
Apesar de o policiamento nas ruas ter sido reforçado, Santa Catarina registrou mais um ataque na madrugada de ontem, o que elevou para 107 o total de ocorrências desde o início da onda de violência, no dia 30 de janeiro deste ano.

O ataque foi registrado na cidade de Tubarão, onde criminosos colocaram fogo no carro de um policial militar. O veículo foi parcialmente incendiado.

Em todo o Estado, o número de cidades com ataques chega a 34, o dobro do registrado em novembro do ano passado, com 68 casos, em 17 cidades, durante sete dias.

Advogados

A Ordem dos Advogados do Brasil - Seção de Santa Catarina (OAB-SC) pediu ontem à Polícia Militar que os advogados presos por suposta participação nos atentados criminosos do Estado sejam levados a celas da corporação.

Cinco advogados foram presos no Estado - quatro ontem, em operação que capturou outras 21 pessoas em 12 cidades catarinenses, e um em janeiro. São dois homens e três mulheres. Eles são suspeitos de integrar facções criminosas.