sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Torcida quer trazer jogo do Flu para o Horto


Pelo Twitter, atleticanos convidam Palmeiras para cumprir perda de mando de campo no estádio Independência           Publicado no Super Notícia em 26/10/2012
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FOTO: DOUGLAS MAGNO
A torcida atleticana está mesmo disposta a qualquer coisa para ver o Galo vencer o Campeonato Brasileiro de 2012. Ontem, os alvinegros fizeram uma manifestação no Twitter pedindo para que o Palmeiras transfira para a Arena Independência, em Belo Horizonte, a partida contra o Fluminense, no dia 11 de novembro, válida pela 35ª rodada da competição. Os torcedores do Galo emplacaram a hashtag #TrazPraCáPorco entre as quatro mais comentadas.

O Palmeiras não poderá exercer seu mando de campo em São Paulo diante do tricolor carioca, já que foi punido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). A equipe vem atuando em Araraquara, interior paulista, onde não tem o maciço apoio de seus torcedores.

As torcidas de Atlético e Palmeiras mantêm uma amizade, e os alvinegros estão dispostos a incentivar o Porco contra o Fluminense, adversário direto do Galo na disputa pelo título. O apoio poderia ser benéfico para o clube paulista, que luta desesperadamente contra o rebaixamento e ocupa a 18ª posição na tabela, com apenas 32 pontos.

No mesmo horário, às 17h, o Atlético irá encarar o Vasco também no dia 11 de novembro. E, no mesmo dia, o Independência irá receber a partida entre Cruzeiro e Bahia.

Mais protesto

A ira do torcedor atleticano com a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) não vai terminar tão cedo. Ontem, ao mesmo tempo em que a procuradoria do tribunal decidiu oficializar a denúncia contra os protestos dos alvinegros na partida contra o Fluminense, a maior torcida organizada do clube, a Galocura, resolveu realizar um novo ato de repúdio. Em comunicado distribuído aos integrantes, a organizada pede que cada torcedor leve para o jogo contra o Flamengo, na próxima quarta-feira, uma nota de R$ 5 no bolso para que elas sejam levantadas na volta do intervalo. Como a previsão de público é de 20 mil torcedores, a soma chegaria a R$ 100 mil, valor da pena máxima que o clube pode receber em caso de condenação no STJD.
Atleticanos secam o Flu, mas diferença aumenta
Não adiantou secar. Na noite em que os atleticanos ganharam espaço nas TVs dos bares para torcer contra o Fluminense tanto quanto os cruzeirenses, que viam seu time jogar no mesmo horário, o tricolor carioca venceu o Coritiba e voltou a abrir nove pontos do Atlético que, ainda sonha com o título. No Rio de Janeiro, Wellington Nem e Thiago Neves fizeram os gols da vitória tricolor sobre a equipe paranaense, por 2 a 1. Em Belo Horizonte, a torcida alvinegra era toda para o Coxa, mesmo que as cores verde e branco nem pintasse por aqui. Em um bar no bairro Anchieta, região Centro-Sul da capital, fazia o chamado. "Venha secar o Flu", dizia a placa na porta do estabelecimento. "Reunimos os garçons e discutimos: ‘qual jogo o pessoal vai ficar mais interessado?’. E optamos pelo jogo do Fluminense", explicou o gerente Fábio Davidson. Mesmo sem usar a camisas do Galo, a maioria era de atleticanos.

Na próxima quarta, o Atlético entra novamente pressionado contra o Flamengo no jogo que fecha a 33ª rodada. (Thiago Nogueira)

Mineiro sai do lixão e vai parar no plenário da Câmara Municipal


Ele deixou o lixão para ser montador de palco e líder comunitário. Agora, os próximos capítulos da vida de Levi Silva serão na Câmara de Valadares

Publicação: 26/10/2012 06:00 Atualização: 26/10/2012 06:45
Nas eleições municipais deste ano, o ex-catador de lixo Levi Vieira  revelou personagem de um enredo de novela (Pierry Aires / Divulgação)
Nas eleições municipais deste ano, o ex-catador de lixo Levi Vieira revelou personagem de um enredo de novela

Nas eleições municipais deste ano, um ex-catador de lixo se revelou personagem de um enredo com potencial para atingir também “picos de audiência” elevados. Desta vez, no entanto, os capítulos só vão poder ser acompanhados na Câmara Municipal de Governador Valadares, no Vale do Rio Doce, a 320 quilômetros de Belo Horizonte. O vereador eleito Levi Vieira da Silva (PMN), de 27 anos, tem histórias que também prendem a atenção, a exemplo de qualquer folhetim bem-sucedido nas telas de televisão brasileiras. 

A começar pelos apelidos, emblemáticos, por sinal. Em Governador Valadares, o futuro vereador é conhecido como Levi Presidente e Obama do Turmalina – essa última alcunha recebida em função da semelhança física com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama. O Levi Presidente deve-se ao cargo que ele ocupa há quase três anos e que o levou a obter mais de 2 mil votos, ficando em quinto lugar entre os 21 parlamentares eleitos. Levi preside a Associação dos Moradores do Bairro Turmalina, que abriga em torno de 14 mil pessoas, na periferia da cidade, local de muitas carências e onde também está localizado o lixão do município.

“Do Turmalina saíram mais de 80% dos votos”, conta Levi, também votado em mais quatro bairros do entorno. De prosa fácil, escorregando, às vezes, na gramática, e dono de um carisma inegável, ele diz que a eleição para vereador é o início de uma trajetória que, mesmo mencionando em tom de brincadeira, ele sonha terminar no Palácio do Planalto. Afinal, justifica Levi, “me identifico com o Lula, que tem a mesma origem humilde que eu”. Mas, antes da hipotética disputa para a Presidência da República, o vereador eleito afirma que tem outras metas a alcançar. “Quero ser deputado estadual, para começar a ser conhecido em Minas e depois pelo Brasil”, explica.

Nascido em Belo Horizonte, de família pobre, Levi mudou-se para Governador Valadares aos 7 anos. “Não dava para sobreviver lá (BH) e tinha parente aqui.” O pai, já falecido, ganhava a vida como vendedor ambulante para sustentar mulher e cinco filhos. Apesar da infância no lixão, onde começou a trabalhar aos 10 anos, Levi diz que não perdeu a esperança de uma vida melhor e faz muito planos. Tornar-se médico legista é um deles, ou então auxiliar de necropsia. “Presto serviço voluntário em uma funerária e não tenho medo de defunto, não”, esclarece. Casar também está no horizonte que ele vislumbra. “Vai depender de achar uma noiva na igreja”, conta o vereador eleito, também obreiro de uma igreja evangélica. 

Até a posse, para a qual já ganhou o terno e o sapato de um comerciante, Levi diz que vai continuar vivendo “esse milagre”. “Porque foi ou não foi (milagre) ser eleito vereador?”, pergunta ele, admitindo que a “ficha ainda não caiu”. “Depois que tomar posse, vou começar construindo uma casa para sair do aluguel, dando mais conforto para a minha mãe”, garante. “Mas põe aí: vou trabalhar pelo povo de Governador Valadares, porque quero mostrar que eles confiaram na pessoa certa.” Levi garante que a comunidade do Turmalina pode esperar asfalto e programas sociais, voltados para as áreas de esporte, lazer e combate à criminalidade.

E o lixão? Sobre esse assunto, Levi diz que faz parte do passado. “Não levei isso para a campanha, apesar da novela.” Levi deixou o lixão há pouco mais de sete anos. Hoje, trabalha como montador de palco para shows e eventos. Ganha quanto? “Até R$ 900 por mês.” Acha que vai melhorar de vida com o salário da Câmara? “Não sei, ainda não procurei saber”, reage, para em seguida emendar. “Mas já tive notícia que fica em torno de R$ 7.800.” Levi não está mal informado: a estimativa bate com os subsídios mensais reservados aos vereadores valadarenses. O que muda na vida daqui para frente? “Vou dar um passo muito grande, mas acho que vou continuar o mesmo”, acredita.

Marido que matou médica em Contagem recebe alta e vai para cadeia


Welington Rodrigues Tavares, de 29 anos, deve ser convocado para prestar depoimento na segunda

Publicação: 25/10/2012 18:08 Atualização: 25/10/2012 18:33
O homem deixou o hospital com os braços enfaixados e foi levado para o Ceresp de Contagem (Reprodução/TV Alterosa)
O homem deixou o hospital com os braços enfaixados e foi levado para o Ceresp de Contagem

O estudante Welington Rodrigues Tavares, de 29 anos, que matou a facadas a mulher dele, a médica Cristiani Moreira, de 41, deixou o Hospital Municipal de Contagem, na Grande BH, na tarde desta quinta-feira, onde estava internado sob escolta policial. Com os braços enfaixados, ele foi levado direto para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) da cidade.

Welington matou a mulher na tarde do último domingo, no apartamento do casal, no Bairro Riacho, em Contagem. O filho de Cristiani, de 12 anos, e um amigo do garoto, testemunharam o homicídio, logo depois de os quatro chegarem de uma festa. O menino chegou a se ferir ao tentar defender a mãe.

O crime aconteceu por volta das 17h. O casal começou uma discussão e, logo depois, o estudante esfaqueou a mulher no pescoço. Logo após, Welington tentou se matar cortando os pulsos. Além disso, disse ao enteado que a culpa do crime era dele. Assustado, o garoto procurou ajuda do morador de um apartamento vizinho. Tavares ainda teria tentado cravar a faca no próprio peito. Ele foi levado para o Hospital Municipal de Contagem. A médica morreu em uma ambulância do Samu a caminho do hospital. 

O delegado Luciano Guimarães do Nascimento autuou o estudante em flagrante pelo homicídio qualificado. Ele já ouviu alguns vizinhos da vítima, além do filho e um irmão da médica. “Já ouvi quase todos os vizinhos que de alguma forma presenciaram o fato. Na segunda-feira pretendo convocar o Welington para depor”, afirma o delegado.

Mulher prende filha em casa durante oito dias, no Distrito Federal


Mara Puljiz - Correio Braziliense
Publicação: 26/10/2012 07:55 Atualização: 26/10/2012 08:01
 (Janine Moraes/CB/D.A Press)

Durante oito dias, uma mulher manteve a filha de oito anos presa dentro de um barraco de madeira, em condições insalubres, sem beber água e comendo pão velho, no Distrito Federal. Ela também não tomava banho e ficava em meio a fezes. A mãe não saiu da casa e foi encontrada nua e desidratada por policiais civis da 9ª Delegacia de Polícia (Varjão). Os agentes tiveram de arrombar a porta após serem acionados pelo Conselho Tutelar.

Os policiais encontraram a criança assustada, chorando muito, mas não apresentava quadro grave de saúde. A mulher estava com os lábios secos e vomitando. Os agentes socorreram a criança ao Hospital Regional da Asa Norte (Hran). A menina tomou banho e se alimentou no Conselho Tutelar do Varjão e foi encaminhada ao Instituto Médico Legal (IML) para exame de corpo de delito. Ela não tinha nenhuma agressão aparente.

A criança, que mora com o pai, recebeu autorização para visitar a mãe na semana passada. A menina saiu para comprar pães e, ao retornar, não pôde sair novamente. Segundo a delegada cartorária Ana Paula Thomáz, a mulher apresenta problemas psiquiátricos e já perdeu a guarda dos três filhos por maus tratos. O pai, inclusive, foi quem teria acionado o Conselho Tutelar. "Ela ameaçava com faca os conselheiros e não deixava ninguém entrar. Não podíamos deixar as duas naquelas circunstâncias e a gente não teve outro jeito a não ser arrombar a porta", contou a delegada.

A Polícia Civil aguarda resultado do laudo do IML para saber se a menina sofreu algum tipo de violência e também de uma avaliação psiquiátrica, que determinará se a mãe da criança tem condições de responder criminalmente por maus tratos. Se o documento comprovar algum transtorno mental, a mulher poderá ser internada para tratamento. A criança deverá ficar aos cuidados do pai.

Testemunha denuncia omissão do Samu e da PM na morte de atriz assassinada em BH

Prisão de acusados de matar atriz atenua dor da família, mas não alivia a revolta

Publicação: 26/10/2012 06:00 Atualização: 26/10/2012 07:48
Luis Henrique Paulino e Gleisson Martins assumiram o crime (Jair Amaral/em/D.a press)
Luis Henrique Paulino e Gleisson Martins assumiram o crime
“Quando vimos os dois no dia do reconhecimento, não tivemos dúvida de que foram eles. Na hora veio toda a carga de emoção e tristeza daquela noite.” A lembrança a que se refere a professora de francês Alexandra Montes, de 32 anos, cunhada da artista plástica e atriz Cecília Bizzotto, de 32 anos – morta durante assalto na casa onde morava com os pais, no Bairro Santa Lúcia, Centro-Sul de Belo Horizonte –, guarda um misto de alívio por ver dois dos três acusados detidos e revolta pelo atendimento que diz ter recebido após a tragédia. 

Presos quarta-feira, os suspeitos Gleisson Martins Horário, de 28 anos – com longa ficha policial e que ganhou direito a liberdade condicional em 2011 –, e Luis Henrique da Silva Paulino, de 20, confessaram o crime e foram apresentados ontem pela Polícia Civil, 18 dias depois do crime em que Alexandra e namorado dela, Marcelo Bizzotto, irmão de Cecília, também foram feitos reféns. A polícia diz estar na pista do terceiro acusado e promete a prisão para breve. Alexandra elogia o trabalho investigativo, mas não esquece o horror daquele domingo. Além da morte da cunhada, a professora afirma que o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ignorou o primeiro pedido de socorro e sustenta que ela e o namorado não foram atendidos pelo 190 da Polícia Militar, nem pessoalmente, na sede do 22º Batalhão da PM, na Barragem Santa Lúcia.

“Depois que os ladrões fugiram, chamamos pela Cecília, que estava trancada no quarto, já que o assaltante pulou a janela depois de atirar. Como ela não respondeu, saímos da casa de carro para buscar ajuda”, lembra Alexandra. A cunhada de Cecília conta que, do celular emprestado por um taxista na rua, ela e o namorado ligaram três vezes para o 190, sem sucesso. “Diante disso, fomos até o 22º Batalhão e as luzes estavam todas apagadas. Gritei desesperadamente no portão, mas ninguém atendeu”, conta. 

Da unidade policial, os dois foram buscar socorro na 1ª Delegacia de Polícia Civil, na Rua Carangola, no Bairro Santo Antônio. Do local, ligaram para o Samu mas, conforme a professora, o pedido de socorro foi negado por falta de um telefone para contato. “Eu disse à atendente que havíamos sido vítimas de um assalto, que estávamos sem celular e sem poder voltar para casa, pois os bandidos estavam com a chave. Ainda assim, ela não permitiu que a ambulância fosse enviada”, revolta-se Alexandra. Somente com a intervenção de um policial civil a PM foi, enfim, avisada e deslocou-se para a casa.

Sensação de desamparo
Após as tentativas frustadas de pedidos de socorro à polícia e ao Samu, a cunhada de Cecília Bizzotto, a professora de francês Alexandra Montes, de 32 anos, diz ter ficado o sentimento de desamparo quando o assunto é segurança e saúde em Belo Horizonte. Ela critica o atendimento do Samu, dizendo que os funcionários que receberam a ligação dela no dia do crime são incompetentes e despreparados para a função. 

Alexandra afirma que, ao ligar para o serviço de urgência, a orientação que recebeu da atendente foi para que ela e o namorado voltassem para a casa onde o crime ocorreu, para checar se Cecília estava ferida. “São totalmente incompetentes. Explicamos a situação, que também éramos vítimas, mas não teve jeito. Se a Cecília ainda estivesse viva, perdendo sangue, poderia ter morrido naquela hora”, critica. Segundo a cunhada da atriz, o telefone chegou a ser passado ainda para outra pessoa, desta vez um homem, que deu a mesma instrução e em seguida desligou.

O contato com o Samu teria sido feito por Alexandra da 1ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Santo Antônio, para onde ela e o namorado Marcelo, irmão de Cecília, seguiram depois de tentativas frustadas de chamar a Polícia Militar. Foi nesse local que um policial civil conseguiu falar com a PM. “Aí resolvemos voltar para a casa da Cecília. Estávamos extremamente nervosos e o Marcelo disse que tinha que salvar a vida da irmã dele. Quando chegamos, encontramos uma viatura da PM na porta. Em 10 minutos chegou toda a polícia de Belo Horizonte e também o Samu”, conta. 

Sem registros
As denúncias da vítima são negadas pelo Samu e pela Polícia Militar. Por meio de nota, o serviço de emergência informou não ter identificado nenhuma ligação na qual o médico tenha negado atendimento por falta de contato de quem fez a chamada. Conforme o documento, o órgão recebeu uma única ligação para o endereço do Bairro Santa Lúcia, à 1h34 do dia 7 de outubro. “A pessoa que fez a ligação se identificou como policial civil e relatou que uma pessoa estava ferida em uma casa próxima ao local em que ele estava. A médica reguladora do Samu conversou com o policial e empenhou a Unidade de Suporte Avançado 4 para o endereço informado”, diz a nota.

Na versão da polícia, havia militares de plantão no 22º Batalhão na noite do crime, tanto na guarita de entrada, como no serviço de vigilância das dependências do prédio e na sala de operações, onde é feito o controle de ocorrências. Sobre as ligações que não teriam sido atendidas pelo 190, a PM reforça que todas as informações relativas às chamadas telefônicas e demais dados da ocorrência foram repassados à Polícia Civil para a instauração de inquérito. Sob argumento de que a apuração é sigilosa, a PM informou não poder divulgar esses dados.