quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Por telefone, bombeiro ajuda família a salvar bebê engasgada

O caso em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais, e terminou bem. O pai conseguiu fazer a menina voltar a respirar

Publicação: 10/10/2012 12:26 Atualização: 10/10/2012 12:38
soldado Alexandre de Freitas Neto que fez o atendimento no 193 (Divulgação Corpo de Bombeiros)
soldado Alexandre de Freitas Neto que fez o atendimento no 193
Uma menina de apenas 7 dias engasgou com o leite materno e foi salva pelos pais com a orientação de um bombeiro por telefone. Uma parente da criança ligou para o 193, enquanto o pai e a mãe tentavam acudir o bebê. O caso aconteceu no fim noite de terça-feira em Montes Claros, no Norte de Minas Gerais. 

Por volta de 21h, o soldado Alexandre de Freitas Neto atendeu a ligação e iniciou as orientações. Ele ensinou a família a virar a criança de costas e dar leves tapinhas na costas. Orientou o pai a sugar o nariz e a boca da bebê para que ela voltasse a respirar.

Enquanto faziam os procedimentos, uma viatura foi enviada para a casa da família. O pai conseguiu fazer a menina voltar a respirar e quando o militares chegaram apenas encaminharam a criança ao Hospital Alfreu de Quadros para atendimento. A criança passa bem.

Ouça o atendimento que durou cerca de seis minutos e salvou a vida da menina:


PT reage a ameaça de demissão da Prefeitura de Belo Horizonte


Para Roberto Carvalho, exoneração de servidores filiados à legenda, anunciada por Lacerda, pode prejudicar "trabalhadores inocentes"

Publicação: 10/10/2012 06:00 Atualização: 10/10/2012 08:43

O vice-prefeito e presidente municipal do PT, Roberto Carvalho, criticou nessa terça-feira declarações do prefeito Marcio Lacerda (PSB) de que filiados à legenda deverão ser exonerados dos cargos que ocupam na Prefeitura. O petista classificou o fato como um exemplo de “intolerância” que poderá “prejudicar pessoas inocentes e trabalhadoras” em razão do que ele considera uma perseguição política. A alegação é de que os funcionários que estão na mira do prefeito não chegaram aos cargos por indicação partidária e não têm histórico de militância. 


Desde o rompimento entre PT e PSB – que estiveram juntos na disputa de 2008 –, 375 petistas já teriam deixado cargos na prefeitura, inclusive de primeiro e segundo escalão. Não há uma estimativa de quantos ainda ocupam cargos na administração socialista. “O partido não responde pelas pessoas que ainda estão na prefeitura”, afirmou o vice-prefeito, que a princípio tem orientado os funcionários a “manterem a calma” e permanecerem nos cargos se julgarem ser essa a melhor opção. 

Lacerda e Carvalho estão rompidos oficialmente desde o início do ano passado, mas a relação entre os dois se tornou problemática ainda no primeiro ano de governo. O estopim para o racha entre PSB e PT foi a decisão dos socialistas de não se coligarem aos petistas na disputa pelas vagas da Câmara Municipal. A cinco dias do registro das candidaturas, o PT optou por lançar candidato próprio – movimento liderado pelo atual vice-prefeito. O indicado foi o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Patrus Ananias. 

Dias depois, foi exonerada a “primeira leva” de petistas, quando 13 nomeados – entre os quais seis secretários municipais – assinaram um documento entregando seus cargos. Para Roberto Carvalho, a decisão de Lacerda mostra que a administração municipal é tratada como um “curral” e que está a serviço de quem ganha as eleições. Ele lembrou ainda que durante a campanha eleitoral chegou a denunciar o “clima de terror” a que estavam sujeitos os petistas que permaneceram na PBH. 

Pelo menos a princípio, a direção do PT não vai interferir na polêmica. “É direito dele (Lacerda) demitir pessoas que ocupam cargos comissionados. Agora, se quiserem sair antes, será uma decisão individual de cada um”, disse o vereador e vice-presidente do PT municipal, Arnaldo Godoy. Ao comentar sobre a retirada de petistas da prefeitura na segunda-feira – um dia depois de conquistar a reeleição –, Marcio Lacerda afirmou que alguns funcionários filiados ao PT adotaram posturas “agressivas e desleais”. O temor do prefeito é de que eles possam prejudicar a sua gestão por pertencerem a um partido que já anunciou que fará oposição a ele. 

Nos bastidores, o que circula é que no lugar dos petistas que deixarão os cargos serão nomeados integrantes dos partidos que apoiaram a reeleição de Lacerda. No total, 19 legendas se coligaram com o PSB. A assessoria de imprensa da PBH foi procurada pela reportagem e informou que ninguém falaria sobre o assunto. 

Polícia apreende armas e drogas após denúncias em São Joaquim de Bicas


Suspeitos conseguiram fugir durante a abordagem da polícia. Em Betim, também na Grande BH, um jovem de 19 anos foi preso com drogas e dinheiro.
Publicação: 10/10/2012 07:29 
Após denúncias, a Polícia Militar (PM) apreendeu armas e drogas no Bairro Marques Industrial 2ª Seção, em São Joaquim de Bicas, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. 

De acordo com a PM, moradores da região denunciaram que um grupo de homens traficava drogas na Rua Portugal. No fim da noite de terça-feira, militares da 1ª Companhia de Missões Especiais foram até o local e encontraram alguns homens no endereço.

Eles conseguiram fugir por um matagal, mas deixaram para trás uma sacola com um revólver calibre 38 com cinco munições intactas, um rifle calibre 22, um tablete de maconha e um tablete de cocaína.

Betim

No Bairro Jardim das Alterosas, militares do 33º Batalhão da PM prenderam um jovem de 19 anos que foi flagrado com drogas durante um patrulhamento pela Rua Cravinas, também na noite de terça. Com ele, os policiais apreenderam 32 pedras de crack, quatro buchas de maconha e R$ 136, 35 em dinheiro. Nas duas ocorrências, os materiais apreendidos foram levados para a Delegacia de Plantão de Betim.

Especialistas apontam medidas para fazer frente à onda de violência na Zona Sul de BH


Desfecho de últimos casos de assalto aponta investigação como elo mais frágil da cadeia
 10/10/2012 08:07

A saída para frear a onda de violência que aterroriza moradores de bairros da Zona Sul de Belo Horizonte, onde a atriz Cecília Bizzotto foi assassinada por ladrões no último domingo, pode estar em um tripé que vem se revelando frágil na cidade, e no qual uma das peças de sustentação se mostra especialmente bamba: a investigação. Ao lado da prevenção, representada por ações de policiamento, e da mobilização da própria comunidade, a apuração eficaz dos crimes pela Polícia Civil compõe um conjunto de três vias de ação que especialistas ouvidos pelo Estado de Minas consideram indispensáveis para enfrentar a sensação de medo que se abateu sobre a Região Centro Sul da capital. Porém, os recorrentes assaltos a residências – oito desde julho, quatro apenas neste mês – demostram que, se a precaução e a ação da sociedade deixaram a desejar, o trabalho dos investigadores pouco contribuiu para a punição dos criminosos: só em dois dos últimos ataques houve prisão de suspeitos, mesmo assim por terem sido flagrados perto do local do crime. 

Ações emergenciais, como intensificação do policiamento, afirmam estudiosos do assunto, são eficazes para aumentar a sensação de segurança, mas não se sustentam por muito tempo e não resolvem o problema. Falta um planejamento de longo prazo, alertam os especialistas, e respostas ou prisões são necessárias para que os moradores não percam a confiança na polícia ou sintam-se desestimulados a colaborar. Integrante do Núcleo de Estudos Sociopolíticos da PUC Minas e do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Robson Sávio considera que a violência está banalizada. Segundo ele, o assassinato de Cecília Bizzotto demonstra um momento de desorientação das polícias. “A capacidade investigativa é péssima. Tem faltado material até para coletar impressões digitais”, critica. “Por outro lado, a Polícia Militar anuncia ações, mas falta continuidade. É preciso políticas de longo prazo, baseadas em um diagnóstico bem feito”, acredita.


Classificando o roubo a residências como um crime de oportunidade, Sávio avalia que é preciso aumentar o efetivo policial, colocando nas ruas militares de áreas administrativas, mas diz que a Polícia Civil tem que dar uma resposta rápida à sociedade depois que o crime acontece. “Esses infratores só invadem as casas quando acham que vai dar certo. Provavelmente conheciam o local, já sabiam da vulnerabilidade da vítima, já monitoravam. A ação preventiva de policiamento, nesses casos, pode desestimular que as casas sejam vigiadas”, opina. 

Para o especialista em estudos de criminalidade e segurança pública, o policial precisa estar a pé, de bicicleta, conversando com os moradores e discutindo problemas do bairro. “Essa relação melhora a eficiência do trabalho policial. No entanto, o sentimento de desordem social é perverso e, às vezes, a gente vê um estranho na porta do vizinho, se isola e não denuncia. Por que as cidades pequenas têm menos crimes? É o exercício da vigilância informal. Não dá para transferir a responsabilidade, mas o cidadão precisa confiar na polícia.” 

Punição é fundamental
Especialista em inteligência, análise criminal e crime organizado, o cientista político Guaracy Mingardi avalia que é difícil prevenir crimes como roubo a residências. Por considerar esse delito “mais profissional” do que outros, como o assalto em sinal de trânsito, ele afirma que a arma de combate é a boa investigação. “Pode-se aumentar a patrulha, fazer barreiras policiais e fiscalizar carros suspeitos, mas polícia tem cobertor curto. É preciso aumentar as possibilidades de o bandido ser pego”, diz o especialista de São Paulo, cidade que enfrenta invasões a prédios de luxo e roubos em condomínios.

Mingardi integra o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e lembra que o criminoso deixa muitos indícios em casos como o assassinato da atriz, no Bairro Santa Lúcia. “Ele entra, é visto, mexe nas coisas e deixa digitais. Sabe que não vai escapar se a polícia investigar. Basta fazer um arquivo com as descrições físicas, formas de agir, horário, região e o que procuram”, exemplifica. “Identificando as quadrilhas, é possível saber se são os mesmos criminosos e prendê-los.”

O especialista também afirma que ações pontuais não resolvem o problema. “É só o remédio para baixar a febre, mas não cura a infecção”, afirma. Mingardi avalia que o policiamento comunitário é um bom investimento, mas tem reservas quanto a projetos de participação popular. “Não funciona nas classes mais altas. Esses bairros de casas são como condomínios fechados, em que todos passam de carro e as pessoas não se veem. O que acontece atrás dos muros altos fica lá e ninguém nem percebe. Também não basta ter um policial fardado andando por ali. É preciso um policial que seja referência, que seja conhecido e tenha bastante contato. Nesse caso, o morador pode até ligar para ele.”

O secretário de estado de Defesa Social, Rômulo Ferraz, diz que o trabalho da Polícia Civil está sendo feito para apurar os últimos episódios e sustenta que os índices de roubos a residências caíram 22% entre janeiro e setembro deste ano, se comparados ao mesmo período do ano passado. Mas ele admite que o efetivo da Polícia Militar é reduzido e afirma que poderá lançar concurso ainda este ano, além de anunciar a compra de 500 câmeras do Programa Olho Vivo, para o ano que vem. “Eventos concentrados em poucos dias trazem intranquilidade justificável, e nós queremos reduzir ao máximo o problema e minimizar a sensação de insegurança. Vamos fazer uma aproximação maior da Polícia Militar com os moradores, com plano de setorização, que vai trazer visibilidade e ostensividade ao patrulhamento, reforçando policiamento comunitário”, afirma. 


Equanto isso, caçada a assassinos de atriz continua

Investigadores da Delegacia de Homicídios já sabem que os bandidos que invadiram a casa da atriz Cecília Bizzotto, no Bairro Santa Lúcia, Região Centro-Sul de Belo Horizonte, costumam agir na área praticando assaltos e roubo de carros, além de ter envolvimento com tráfico. Os suspeitos seriam do Aglomerado do Morro do Papagaio e já teriam passagens pela polícia, segundo fontes ligadas à investigação. Ontem, a cunhada da vítima prestou depoimento e reforçou as suspeitas dos policiais, descrevendo o modo de agir dos bandidos e suas características físicas. Segundo a delegada Elenice Batista Ferreira, o irmão da atriz, que deve prestar depoimento novamente, e a cunhada reconheceram os criminosos em álbuns de fotos da polícia. Os agentes procuram imagens de câmeras de casas da Rua Saturno, onde ocorreu o crime, e possíveis rotas de saída do bairro. A polícia ainda aguarda os laudos periciais.