sexta-feira, 16 de março de 2012

Policial preso por extorquir empresário


Investigador, que tem 28 anos de Polícia Civil, foi detido em flagrante ao receber dinheiro de dono de ferro-velho
Publicado no Super Notícia em 16/03/2012
Avalie esta notícia » 
2
4
6
8
RICARDO VASCONCELOS
falesuper@supernoticia.com.br
                                                                                
                                                                                                  FOTO: POLÍCIA CIVIL/DIVULGAÇÃO
Armas que pertenciam à Polícia Civil foram apreendidas junto com outros objetos em poder de Ermínio Gomes de Souza
Um investigador da Polícia Civil foi preso por suspeita de extorquir o dono de um ferro- velho na região do Barreiro, em Belo Horizonte. O caso, mantido sob sigilo pela corregedoria da corporação, responsável pela prisão do acusado, ocorreu no último dia 3. No entanto, acabou vazando e chegou ao conhecimento da reportagem do Super, que teve acesso com exclusividade a várias denúncias contra Mário Lucílio da Silva, incluindo a venda de armas da polícia para criminosos de alta periculosidade.
Conforme as investigações, a prisão aconteceu no momento em que ele se encontrava com o dono do ferro-velho para receber uma quantia em dinheiro, não revelada. O motivo da extorsão é mantido em segredo porque pode envolver outras vítimas, segundo informou uma fonte da Polícia Civil que prefere não ser identificada. Após o flagrante, o investigador foi levado à Casa do Policial Civil, no bairro Horto, na região Leste da capital. No local ficam presos policiais envolvidos em "desvio de conduta".
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Polícia Civil confirmou a prisão e disse que o caso é acompanhado pela corregedoria.
Lotado na Superintendência da Polícia Civil, Silva é investigador de classe especial, com quase 28 anos de serviço. Em dezembro, se afastou do trabalho por problemas de saúde. "Ele estava em uma viatura. Quando desceu do carro, a sua arma, uma pistola ponto 40, disparou, atingindo o seu braço, que ficou com vários ferimentos. O curioso é que a arma tem uma trava de segurança e só dispara se o gatilho for acionado. O tiro pode ter sido uma estratégia para conseguir um afastamento, diante das denúncias", suspeita um policial. O "acidente" também virou alvo de investigação da Superintendência da Polícia Civil.
FOTO: REPRODUÇÃO/STREETVIEW
Investigador está preso na Casa do Policial Civil, na capital mineira
Venda de armas para criminosos
O episódio do disparo "acidental" ocorreu pouco tempo após Mário Lucílio da Silva ser apontado em uma investigação como responsável por vender para Ermínio Gomes de Souza duas armas da Polícia Civil. Segundo a polícia, Ermínio Souza fornecia armas e munições para uma quadrilha acusada de tráfico de drogas e assassinatos na região metropolitana de Belo Horizonte.
Na negociação, foram vendidas uma carabina calibre ponto 40 e uma sub-metralhadora HK calibre 9 milímetros. O valor da transação teria sido de cerca de R$ 15 mil para cada arma. Além disso, também foram vendidos um colete a prova de balas da corporação e carregadores de munição.
Todo o armamento foi recuperado pouco tempo depois, durante uma operação da Polícia Civil que desarticulou a quadrilha de Ermínio Souza.
"Durante o depoimento, o suspeito (Ermímio) disse que as armas foram negociadas com o policial", garantiu uma outra fonte da Polícia Civil, que também pediu para não ter o nome revelado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário