terça-feira, 17 de janeiro de 2012

PSB e PT divergem sobre coligação em torno de Marcio Lacerda


Presidente estadual petista trabalha pela união na chapa proporcional para pressionar acordo na majoritária
LUCAS PRATES
pt
Partidos que irão se coligar para as eleições deste ano se movimentampara a Câmara


O presidente do PT em Minas Gerais, deputado federal Reginaldo Lopes, vai lançar mão de outra cartada para pressionar petistas descontes a aceitarem o projeto de reeleição do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Lopes vai consultar a bancada petista na Câmara.
 
Municipal para ver se os vereadores do partido aceitam coligar proporcionalmente com os candidatos do PSB. Pela Legislação em vigor, quem se coligar proporcionalmente (eleição para vereadores) será automaticamente obrigado a repetir a formação na coligação majoritária (eleição para prefeito).
 
Caso os vereadores petistas aceitem formar uma chapa com os socialistas, o mesmo alinhamento terá que se repetir no âmbito do Executivo. A proposta do presidente do PT estadual, no entanto, desagrada a cúpula municipal socialista, que já avisou ser totalmente contra a união das duas legendas para a proporcional.
 
Ligado ao ministro Fernando Pimentel (PT), um dos principais avalistas da dobradinha com Lacerda, Lopes diz que não sabe qual será a reação dos seus colegas petistas. Porém, o efeito da investida é notório. “O PT vai oferecer coligação de vereador ao PSB. Agora, vamos ouvir os vereadores do partido. A ideia é essa. Acredito que seria muito positivo do ponto de vista tático”, diz o dirigente estadual petista.
 
Na eleição de 2008, o PT marchou sozinho na disputa pelas cadeiras da Câmara Municipal e apoiou a candidatura de Lacerda, o que é permitido pela Legislação eleitoral. A coligação majoritária contou com a participação, informal, do PSDB do então governador Aécio Neves.
 
O presidente municipal do PSB, João Marcos Grossi Lobo Martins, nem quer ouvir falar na proposta. Lobo alega que em setembro de 2011, durante convenção da legenda, ficou definido que o partido não quer participar de coligações proporcionais.
 
Além do veto dos convencionais, Lobo sustenta que a chapa para vereador já está superlotada e que o partido tem outras prioridades. Entre elas, ele exige que o PT finalmente se posicione em público se irá ou não marchar com Lacerda.
 
“Temos uma chapa completa e homogênea. Portanto, não pretendemos coligar com outros partidos na eleição para vereador”, declara.
 
“A nossa primeira conversa é em relação ao apoio ao Marcio. Eles (petistas) precisam declarar apoio formal à reeleição do Marcio”.
 
Na avaliação de Lobo, o entendimento entre os dois partidos não passa pela coligação para eleição de vereador. De acordo com ele, o imbróglio de Belo Horizonte está vinculado ao suporte que o PSB vai conceder ao PT em Fortaleza, Recife, Salvador e Vitória. Além da capital mineira, o PSB governa Curitiba e João Pessoa.
 
Em Belo Horizonte, os petistas tem seis cadeiras na Câmara Municipal: Adriano Ventura, Arnaldo Godoy, João da Locadora, Neusinha Santos, Silvinho Resende e Tarcísio Caixeita. Todos os seis se posicionam como candidatos à reeleição. Já o PSB está em menor número, com dois parlamentares municipais: Fábio Caldeira e Daniel Nepomuceno.
 
Com a exceção de Ventura e João da Locadora, que vão tentar à reeleição pela primeira vez, os demais parlamentares petistas já estão no poder há pelo menos dois mandatos. No PSB é diferente. Tanto Caldeira quanto Nepomuceno assumiram o mandato depois do início da legislatura, graças a cassação dos titulares eleitos.

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